Uma Carta Cheia de Graça



Se você me considera companheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim. Filemom 17

Assim como João escreveu cartas para as sete igrejas, Paulo também escreveu cartas para sete igrejas. Além dessas, escreveu mais três cartas pessoais. Uma delas é bem pequena. Nela está o resumo do evangelho. É quase um cartão-postal escrito em fonte tamanho 6, inserido entre Tito e Hebreus. São 335 palavras.

É uma cartinha muito pessoal, rica em conteúdo e em expressões cheias de carinho: “prefiro fazer um apelo com base no amor” (v. 9); “mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração” (v. 12); “reanime o meu coração em Cristo!” (v. 20); “fará ainda mais do que lhe peço” (v. 21). Era o tipo de carta que diz mais nas entrelinhas do que em suas poucas linhas. Filemom, para quem foi escrita a carta, era membro da igreja de Colossos, e possivelmente um converso de Paulo. Era também “dono” de escravos.

No momento em que escreveu essa carta, Paulo estava preso em Roma. Nessa escura prisão, encontrou-se com Onésimo, nome comum dado aos escravos e que significava “útil”. Ele era um jovem escravo fugitivo. Paulo descobriu que o “dono” dele era Filemom. Não sabemos se Onésimo havia roubado seu “dono” ou fugido por causa de dívidas. Na prisão, Paulo abriu uma janela de graça e Onésimo se tornou cristão depois desse encontro.

Diferente da escravidão de algumas décadas ou séculos atrás, em Roma, grande parte da população era escrava. Por causa da máquina de guerra romana, o status dos escravos variava bastante. Havia entre eles filósofos, professores, médicos, músicos, gente instruída. Tinham seus negócios e indústrias. Mas não tinham direito nenhum. Não tinham propriedades, não podiam se casar legalmente, e podiam até ser arrancados da família, dependendo do capricho ou vontade do “dono”.

Paulo percorreu uma milha extra em seu relacionamento com Filemom, tomando o lugar de Onésimo: “Se você me considera companheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim” (v. 17). Aceite-o como me aceitaria. Não como escravo, mas como um novo irmão em Cristo. Dê-lhe as boas-vindas como daria a mim. Estenda a ele o perdão, assim como perdoaria a mim.

Paulo estava tão interessado na reconciliação que disse: “Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta” (v. 18). O fato de a carta ter sido preservada mostra que Filemom recebeu Onésimo. Nós também estamos livres da condenação. Alguém maior do que Paulo assumiu nosso débito.


Meditações Diárias 10/05/2011 - CPB

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