
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (...) Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gên. 01:26 – 27)
DEUS é o nosso Criador, Mantenedor e Salvador. Fomos criados perfeitos, à Sua imagem, para O adorarmos e revelarmos o Seu caráter. Com a queda, porém, o homem se distanciou de Deus e tornou cada vez mais difícil a nossa semelhança com o caráter divino.
Em busca de status social, o ser humano hoje deturpou a sua imagem, seu modo de agir, pensar e falar. Para ficarem “bem enturmados”, os jovens se utilizam de gírias, expressões e modismos em sua linguagem que por vezes não são as palavras que um cristão deveria pronunciar. Por exemplo: será que Jesus, aqui na Terra, se utilizaria de gíria no Seu falar cotidiano?
Pesquisando “gírias” em um site da Internet, achei a seguinte reprodução da fala de um jovem:
Você está doido pra comer alguma “parada”, mas o “cara” da barraca de “dogão” não tem troco e nem você tem como “desmanchar 10” pra ele. Aí você, muito “aloprado”, “dá a Elza” no “sanduba” e “sai batido”. Pronto, maior “bafafá”!
Esta linguagem está tão deturpada que, com certeza, não podemos imaginar Cristo usando este tipo de palavras para falar com as pessoas. O mesmo podemos deduzir de certas “piadas” que escutamos - infelizmente até dos jovens de dentro da igreja. O que se pretende com elas? Risadas? Ser popular no grupo? São palavras, expressões tão esdrúxulas que com certeza nosso Pai do Céu não tem o mínimo gosto em escutá-las, ainda mais vindas de um jovem que se diz “filho Seu”.
Em seu livro “Educação”, a escritora Ellen G. White descreve como principal requisito da linguagem a pureza; que seja benévola e verdadeira, pois Paulo disse aos filipenses que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai.” (Fil. 4:8)
O jovem que decide andar ao lado de Cristo deve se preocupar em não utilizar esse tipo de linguagem e assim, dar testemunho de que pertence a um grupo diferente de pessoas que ainda se interessam em manter a consciência limpa, guardada de toda palavra inútil e desrespeitosa para com Deus. A irmã Ellen G. White escreveu sobre esse tipo de palavras, inspirada por Deus:
“Quando a conversação é de caráter frívolo, revelando um desejo mal satisfeito de simpatia e reconhecimento humano, procede de um sentimentalismo apaixonado, que faz correr perigo tanto aos moços como aos velhos (...) A língua que pronuncia coisas perversas, coisas comuns, frases da gíria, essa língua precisa ser tratada com brasas de zimbro.” (White E. G. , MCP 574 - 577)
Por vezes pensamos que, falando a linguagem popular das pessoas, poderemos “entrar no mundo” delas, talvez para mostrar que ser cristão não é “um bicho de sete cabeças” como muitos acham. Mas aí é que estamos errados: o que devemos mostrar-lhes é exatamente o contrário: que os cristãos têm sim, um modo diferente de falar, de agir, afinal, seguem a Cristo – ou pelo menos deveriam seguir – e Ele quer que sejamos puros e tenhamos uma linguagem sutil, boa de se ouvir e que nossas palavras traduzam os pensamentos que Deus nos inspira a falar às pessoas.
Quando nos colocamos frente a materiais com linguagens impróprias, ou pessoas que nos influenciam a tais expressões, o que devemos fazer é nos afastar delas, pois nossa mente estará armazenando todas essas informações, e cedo ou tarde poderemos usar as mesmas palavras, pelo pouco contato que tivermos com elas. Nossa mente tem a capacidade de guardar tudo que estamos ouvindo, muitas vezes sem percebermos.
“É lei do espírito adaptar-se ele gradualmente aos assuntos de que é ensinado a ocupar-se. Se ele se ocupa apenas em coisas comuns, tornar-se-á definhado e enfraquecido.” (White E. G. , MCP 418)
O que Satanás mais quer é a perda parcial da imagem de Deus. Ele nem se preocupa em tirar os jovens da igreja se conseguir fazer com que, dentro dela, estejam praticando o mal, e assim, influenciando negativamente os outros a fazerem o mesmo. Por isso devemos cuidar com nossa maneira de ser, principalmente o nosso linguajar perante a sociedade.
“Lembrai-vos de que por vossas palavras sereis condenados. A língua precisa de freio. As palavras que falais são semente semeada, a qual produz, fruto bom ou fruto mau (...) A menos que controlemos nossas palavras e nosso gênio somos escravos de Satanás.” (White E. G. , MCP 577 - 583)
Jesus andava com o povo, falava a linguagem deles, dizia-lhes o que precisavam ouvir através de linguagem fácil e acessível a todos. Chegou até a ser criticado por isso. Afinal, convivia, andava e se comunicava com os piores “pecadores”, no interesse de chamá-los para uma nova vida. Contudo, não se “contaminava” com palavras que não eram lícitas. In medium stat, virtus. (A virtude está no equilíbrio).
Somos fracos e pecadores, nossa tendência é para o mal, mas ainda temos o livre arbítrio e precisamos ter humildade para pedirmos sabedoria a Deus em nossas escolhas, para que saibamos discernir o que nos é lícito fazer.
Graças a Deus, porque apesar do homem ter escolhido não obedecê-Lo, Ele não desistiu de nós. Não nos desamparou nem nos abandonou. Com Seu amor e misericórdia infinitos, elaborou um plano de salvação para a raça caída.
À medida que nos esforçamos para viver de forma semelhante à vida de Cristo aqui na Terra, nos fortalecemos na fé, chegamos mais perto de Deus, então seremos escolhidos para a morada no Céu, onde o caráter de Cristo será restaurado em nós e, finalmente, voltaremos à nossa identidade original na Nova Terra (glorificação).
Deus nos abençoe para tanto. Amém.
Cris Monteze
Artigo enviado e escrito por Cris Monteze. Envie o seu também para pgvasonovo@gmail.com
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